sábado, 29 de agosto de 2009

a novela continua

Em Barcelona descobri que eu tenho um tempo muito proprio (no fundo eu ja sabia, mas agora é consciente e eu passo a admitir isso). Nao gosto dessa historia de acordar, levantar, sair correndo pra chegar sei la aonde, voltar e por ai segue. Ainda mais aqui que o ritmo depende so de mim (e do horario das coisas, é claro, mas se eu perder, perdi). A vida deve ser experienciada.
Sempre soube que era balela essa historia de que se leva um dia pra conhecer o Louvre. Cheguei la pouco depois das 10h, sai as 5h30 (hora em que o museu fecha) e não conheci um sexto do acervo! Aquilo tudo leva uma vida inteira pra ser visto - e isso nao tem a ver com o meu tempo proprio, mas com o tanto que ha em cada peça.
Comecei pelas esculturas classicas. Parece que os fatos, os contextos começam a fazer sentido. é tanta historia concretizada bem na sua frente... inclusive o proprio fato de as obras estarem ali.
Muita coisa passou pela minha cabeça. Em primeiro, sobre a importancia de termos acesso ao patrimonio historico. Assim se adquire conhecimento. Em segundo, sobre o absurdo de haver peças de toda (ou parca) parte do mundo em uma instituição francesa. Dizem que tal peça foi encontrada em tal lugar. Mas como foi essa "descoberta"? Ali estah um pedaço de um muro com a palavra "restaurado". Se fosse realmente restaurado, não seria um muro? Mas então ele teria que estar em outro lugar.
Daqui a pouco vão começar a encontrar arte no Iraque pra ser restaurada.
Saindo de la, fui andando pela Rue de Rivoli à procura da Notre Dame (que, em portugues, nao passa de Nossa Senhora). Pra quem tem compulsao por compras, Paris pode ser perigosa.
Segui andando, pensava em perguntar onde ficava a igreja e via uma construção muito grande à minha frente, entao ficava com vergonha de perguntar sendo que podia ser bem ali. Passava na frente e nada! Dali a pouco, a mesma coisa. O problema é que a cidade em si é um monumento!
So tive certeza de que havia chegado ao lugar certo quando vi os monstrinhos com asas em cima da construção.
Sempre ouvi que na França os franceses não falam inglês. Segunda balela do dia. Eles não têm é paciência de falar francês com quem não tem fluência. So o Mohammed é que me incentiva. Mas não porque ele tem paciência, mas porque ele é mau. Eu pergunto em francês e ele responde. Não repete mais.
Alias, hoje a moça do Louvre deve ter qchado um pouco estranho chegar uma pessoa falando francês, entregar um passaporte italiano, perguntar se tinha audioguia em português e, ja que não, pegar um em inglês (porque em italiano, havia).
Outras coisas de se reparar na Europa: a cerveja não é gelada, a soupa não é quente. E não venha com explicação de que é porque aqui é frio. Em Barcelona tava o calor da borra e mesmo assim, cerveja quente. As melhores eram as das sacolinhas dos paquis (taneses). O unico problema é que, quando a policia chega, eles as colocam no lixo (e depois pegam de volta, é claro). Mas la os ratos não têm leptospirose.
Bom, chega.
Bonne soirée.

2 comentários:

Unknown disse...

Minha Notre Dame!
Posso ver você pronunciando cada palavra, cada história.
Escreva mais!
ótimas histórias! um pequeno mosaico deste mundo globalizado!
um beijo, lindeza!
e vai tomar no meio do car*** do seu c*! bem a um jeito Estamira de ser!

Helô Cuente disse...

aaaahahahahaha!